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domingo, 24 de outubro de 2010
Dezoito anos de Erótica...
Dezoito anos! Idade (des) esperada. É aquele tão aguardado limite que nos deixa os olhos mais abertos, ouvidos atentos, coração batendo a mil e nos dá uma pressa para impor concretudes a todas as descobertas da adolescência. Como espantar os desejos e a vontade de sair dos limites? Aos dezoito, isso é praticamente impossível. Romantismo e carinho são bons, mas pra conter a efervescência e o potencial sexual latente do ser humano, são mais quinhentos. E para verbalizar todo esse “assunto proibido”, no mundo da música, só temos um nome…
Quem fez dezoito anos no último dia 20 foi o álbum que já nasceu independente e libertário. Que reafirmou a capacidade e a intenção de Madonna de que não estava saltando de para-quedas no mundo da música. Ela, que já tinha dado os passos mais ousados do pop (peitando a igreja católica e mostrando toda extravagância coreografada e desenvoltura em sua turnê “Blond Ambition” ) aqui dava a cartada final: mais do que polêmico, “Erotica” – produzido por Shep Pettibone e Andre Betts, lançou um conceito diferente no show business: nunca havia se falado tão abertamente sobre sexo, inclusive com enfoques sadomasoquistas e mensagens aos “oprimidos sexuais”, oriundos da então praga social denominada preconceito.
Para complementar a sequência de polêmicas, acompanhou o lançamento do disco (na verdade, um dia após) o livro de fotos da moça, “Sex”, ensaio filmado e clicado por Fabien Baron, onde volúpia e fetiche se confundiam e fotos de Madonna simulando atos obscenos deixariam até as religiosas do clipe de “Like a Prayer” plasmastificadas. O engraçado é que o disco, que foi muito bem aceito pela crítica e pelos fãs devotos, acabou desfocado por conta do livro, taxado de apelativo e exagerado na sua intenção de chocar…e a Warner, claro, chiou e deu um jeito de vetar sua veiculação.
fez ruído! Ah se fez! Em 92, então com dez anos, eu não tinha discernimento algum para entender o quão importante e marcante era aquele trabalho. Pelo contrário! Se o Erótica foi um álbum que inadvertidamente balançou os valores morais familiares, eu fui mais uma vítima, pois lembro muito bem dos comentários de meus pais e avós, de que a moça estava possuída e havia virado uma tarada musical! O cúmulo foi a tentativa de “proibição” à minha irmã, à audição de suas músicas. Hipocrisia grande com um álbum que, antes de querer vencer tabus, prega justamente contra os preconceitos, todos eles (negros, gays, mulheres).
Antes de ser propenso para polemizar, o Erotica é um disco bastante feminino. Lançado na época exata para as mensagens feministas que Madonna queria passar, fazendo as recatadas garotas da década de 90 perceberem que poderiam gostar tanto de sexo como os homens, que não lhes eram proibidos o potencial controlador e, porque não dizer, as taras, as fantasias, as mesmas vontades que os homens tinham. Claro que o universo gay adotou de pronto todos seus conselhos também – ainda mais num tempo em que a AIDS já estava deixando de se tornar uma praga gay.
Sucessos? Vários! Deeper and deeper, Fever (que fervia num videoclipe bem sensual que bombava na MTV), Rain (a baladinha perdida em meio aos turbilhões que provocavam a massa conservadora), Bye Bye Baby, Bad Girl, In This Life e a própria Erotica… difícil eleger uma só representante num álbum tão conciso e bem cuidado e é inegável constatar sua importância pro amadurecimento de tantos jovens que vivenciaram bem o furor no lançamento e que enfrentaram o preconceito dos quadrados que a taxavam de “vadia sem valores” e que hoje se tornaram adultos bem resolvidos e até superestimados! Suas mensagens, apesar das intrigas da oposição, surtiram efeito…
Parece que Madonna tem algum tipo de trauma com esse disco, pois suas músicas andam, ainda que discretamente, sendo deixadas de fora em suas seleções para os shows. O que é lamentável, pois todo o disco é motivo de ostentar orgulho e apreço por ter dado tantos passos à frente. E o melhor: foi um momento em que ela tinha o que dizer e disse, no tempo exato! Não é meu preferido, mas reconheço que, talvez, seja mesmo o mais importante acerto de sua carreira!
POR THIAGO HENRICK
http://www.estilomadonna.com.br/erotica-a-maioridade-de-um-mito
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